terça-feira, 23 de outubro de 2012

O retorno do faraó castilhense!

PSDB Capitalismo José Serra Geraldo Alckmin, Joni
Desenho da charge:  Digo/ Cores: Danilo Souza/ Texto da charge: Samuel Carlos melo



Que foi? Não me diga que não entendeu a charge? Ah, tá explicado, então, o seu voto nas eleições municipais desse ano... Tenho vergonha de você, leitor. Não por você ter optado por esse candidato, mas por eu ter quase certeza de que você votou sem pensar, ou que pensou tão pouco que votou por só ter pensado em você mesmo. Desculpa estrear assim neste blog, de forma meio arrogante (e meio). Eu sei que escolher um candidato a prefeito esse ano foi como escolher entre morrer por suicídio ou assassinato. Mas, ignorante leitor, isso tudo é culpa sua! Talvez um pouco minha também, confesso... Só que a minha culpa é menor, nem vem!
O quê? Você quer saber o que me faz ter a certeza de ser menos culpado que você? Primeiro, parodiando meu amigo Juliano Cardoso, pela certeza de que “os PSDBistas não te farão herdar o reino dos céus”. Isso é fato. Se você é pobre, professor ou trabalhador rural, o lugar mais importante que você ocupará no cuidado dos Tucanos é o dos números frios, índices, estatísticas de morte ou, no caso de ser professor, do lado oposto de um cassetete policial. Em segundo lugar, porque eu já conheço a ambiguidade do governo de Joni. Vou te provar. 
Há quatro anos, quando chegava ao fim o império Joniano, em um texto publicado no extinto (?) jornal Agora Notícias, fiz uma análise dos 8 anos de Joni no governo (caramba, ele pode ficar mais 8...) e destaquei a incerteza de seus atos, a sua megalomania em construir prédios coloridos e frágeis em contrapartida ao seu descaso com áreas essenciais, porém menos “vistosas”. Com os rumores sobre a possibilidade de que ele não possa assumir devido a problemas com a justiça, vejo que pouco mudou em Joni nesses 4 anos longe (?). Mas vou parar por aqui, teimoso leitor. Vou deixar, na íntegra, o texto de 4 anos atrás. Veja você mesmo como minha culpa é menor que a sua, se os seus olhos não estiverem descansando para a hora da novela.
----------------------------Há quatro anos atrás----------------------------------

MEU NOME NÃO É JONI!
08/09/2008

Desde que se iniciaram as campanhas eleitorais em Castilho penso em fazer um artigo que retome os oito anos de mandato do prefeito Joni Marcos Buzachero. Porém, não sei se por culpa dos incansáveis carros de propaganda e suas paródias, no mínimo curiosas, fugia-me, assustada pelos decibéis dos alto-falantes, a força da idéia. Foi então que, no aniversário da cidade, assistindo (obrigado pelo tédio) ao show da dupla Rick & Renner, a combustão aconteceu; e graças (quem diria?!) a uma palavra dita pelo Rick (ou seria o Renner?). Após um descarrego de músicas, a dupla pára, e como é de praxe, agradece ao prefeito com mais o menos estas palavras: “Um obrigado ao prefeito Dioni" (Joni pronunciado como Johnny, no inglês). Pronto! Era isso! Calma, já explico.
Ao ouvir tal “cordialidade”, por mais absurdo que pareça, percebi que, desses dois mandatos, desses oito anos de Joni no poder, o que mais se fixou em minha memória foram as várias confusões, ou melhor, a constante incerteza prosódica, por parte das atrações dos aniversários da cidade, do nome de nosso prefeito. Notei que, se não foram todos, boa parte dos artistas trazidos por ele sofreram com a indecisão entre (foneticamente falando) o som fricativo e o africado de [j] e que essa recorrência tinha um fundo simbólico significativo. Eu sei, é mesmo difícil entender. Para melhor compreensão, estenda esse raciocínio ao governo Buzachero.
A ambigüidade é a marca da administração de Joni. Foram quase oito anos divididos entre investimentos em grandes obras e descaso para com a cultura, saúde e educação; criação de empregos e denúncias de irregularidades na administração que, sinceramente, não sei se vingaram ou minguaram. Se focalizarmos ainda mais, podemos observar esse caráter ambíguo nas próprias obras públicas. Casos como os belos centros comunitários construídos para estimular o esporte e o lazer e que, em sua maioria, estão abandonados ao acaso, no máximo servindo para festinhas de aniversário; o Centro de Eventos Culturais que serve como espaço para muitos acontecimentos religiosos, mas que, “aparentemente”, sofre com problemas na estrutura. E cito mais, o investimento de quase R$ 1.000.000 para o que se chamou de “reforma” da praça (que, na verdade, é a construção de outra praça) em contraste com o que se investiu em educação e saúde.
Não quero, entenda leitor, por em dúvida o caráter de nosso “futuro ex-prefeito”, apenas desejo apontar, por meio de um insight banal, as impressões deixadas por essa administração. Tais ambigüidades não se limitam apenas à administração Joni Marcos Buzachero, são fatos normais da política: “ossos do ofício”, como se diz por aí. E sabe o que acabei de notar? Eu também não tenho certeza da pronúncia do nome “Joni”. Então, meu caro prefeito, antes que o mandato termine, acabe com essa “dúvida cruel” e nos responda: é “Joni” ou “Dioni”? 

Samuel Carlos Melo

9 comentários:

  1. Parabéns pelo blog, admiro a iniciativa. Acredito que devemos sim criticar nossa política e expor nossas opniões, isto também é ser cidadão. Concordo com vc quando diz que este ano, escolher um candidato foi como escolher morrer por suicídio ou assassinato, e acredito que não apenas este ano,e nao apenas em nossa cidade, porém, nós, e digo nós porque me incluo nessa, geralmente optamos pelo "menos pior", se é que esta expressão existe! Numa balança, aquele que poderá governar/administrar a cidade "melhor" (na verdade menos mal). Porém, além de criticar os governantes, temos antes que olhar para nós mesmos, pois somos nós que escolhemos quem vai para o pódio. Ao invés de apenas criticar os "Jonis" da vida,(repito que a crítica é importante, mas deve nos levar a reflexão, refletir para mudar e crescer) que tal refletir no que nós como cidadãos estamos fazendo a respeito? Será que nosso papel é apenas votar? Será que ao menos conhecemos qual é o papel do nosso representante político, ou só sabemos repetir os jargões "saude e educação"? Nos consideramos cidadãos participantes ou analfabetos políticos que só cumprem seu papel na hora de votar e criticar os candidatos? É tempo de refletir... e agir.

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    1. Muito obrigado pela leitura, Ana Paula. Concordo com quase tudo que você disse. Na verdade, mais do que expor as falhas do Joni, quis expor NOSSAS falhas, afinal, tudo começa com a gente. Infelizmente, nossa cidade, assim como muitas outras, carrega uma cultura de "analfabetismo político" que atinge até mesmo os mais intelectualizados. É um problema. Mais do que "comunicar", foi exatamente isso que quis "expressar" em meu texto.

      Obrigado pela participação!

      Abraços!

      Samuel Carlos Melo

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  2. Amei o texto e, como você e a Ana Paula também disseram, a política deve ser um objeto de análise para todos nós. Mas será que você é menos culpado? O que garante a você que nós (eleitores) votamos sem pensar? Faço minha, sua expressão: "morrer de assassinato ou suicídio". Será quem uma análise geral, o candidato escolhido não é o "menos pior"(que isso?)? Sejamos mais frios então! Se grande parcela da culpa é nossa (tão sua quanto minha), porque sua revolta (estreia do blog) não nos chegou antes do "dia D"? Cadê sua parcela de ação? Depois do período eleitoral? Quem sabe, daqui 4 anos você se manifeste antes, já que tem uma análise (pessoal) tão interessante? Eu faço e trabalho para algo em que acredito...Cadê Samu? (rs)

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  3. Seu texto está muito bom, como sempre! Porém, já disse ao Juliano uma vez, me incomoda essa mania de rotular as pessoas por "atitudes isoladas", como por exemplo: "votou no Joni é PSDBista". Na minha opinião (repito: minha!)as pessoas podem escolher candidatos de partidos diferentes para votar nas várias esferas do Poder Executivo e Legislativo existentes no nosso país, afinal não da pra comparar, por exemplo, a "educação" estadual pisoteada pelo governo do PSDB com a educação municipal aqui de Castilho, não é?! Vocês podem até discordar, mas a educação municipal é de qualidade e todos que acompanhamos essas mudanças sabemos que elas ocorreram durante o governo do Joni (ou se vocês preferirem, do PSDBista)!
    Entendam, não estou defendendo candidatos, apenas tentando demonstrar o porquê de não concordar com essa mania de rotularem, nunca gostei disso...

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  4. PT, PSDB, PTB, P não sei das quantas, o Brasil virou um comércio de partidos, existem tantos que dá pra montar até um campeonato brasileiro de partidos políticos. Olha que ideia genial a minha. Assim é mais dinheiro investido desnecessariamente. Política é debates e, busca por melhoras. Não adianta ficarmos aqui, agora que as eleições terminaram acusando este ou aquele candidato, acusando o povo de ter votado errado. Nós sim precisamos mudar a estrutura das leis que regem as eleições. Acabar com esse comércio de partidos, mudar esse monstro chamado cociente eleitoral que elege os vereadores, fazer valer a Lei da fica limpa, mudar por exemplo, a questão de condenações de políticos, no caso a chamada improbidade que hoje, dá entre 3 e 8 anos de afastamento da vida pública. Como assim? Se eu for exonerado do Estado (como funcionário público concursado) eu nunca mais posso voltar, porque o político condenado pode? Tem que ser banido, concordam? Ao invés de ficarmos aqui agora falando desse ou daquele candidato, porque o seu perdeu e agora secou a fonte da grana. Em resumo, no atual estágio que vivemos politicamente no país, é melhor voltar com o regime militar, porque ninguém está prestando. Que tal esta ideia? Eu apoio, alguém está comigo?

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  5. O seu texto, Samuel, está realmente muito bom, e veja...você conseguiu atingir o seu objetivo (acredito eu)! Com seu jeito de cutucar feridas abertas com os dez dedos, como eu já te disse, você conseguiu algo muito maior: fazer com que as pessoas se manifestem, seja contra, seja a favor, seja parcialmente a favor...enfim acredito que seja esse o maior intuito deste blog. Eu não voto mais em Castilho a muito tempo...mas meu coração é castilhense e eu concordo com muita coisa que você diz aí, mas o mais legal do seu texto e da sua forma de escrita é ver a reação dos leitores!haha Vejo essa polêmica e toda essa discussão muito produtiva, pois se não há a discussão não há a reflexão e muito menos o crescimento. Parabéns a você pelo texto e a todos os outros integrantes do blog pela bela iniciativa!

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  6. É Samuel infelizmente não posso discordar em nada sobre seu texto então só vou parabeniza-lo pelo blog e ressaltar a frase que a meu ver resume tudo que foi dito.
    "Eu sei que escolher um candidato a prefeito esse ano foi como escolher entre morrer por suicídio ou assassinato".....essa foi boa.

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  7. ...A lei complementar 135/10 denominada ficha limpa é só mais uma num emaranhado e fabuloso calhamaço legal brasileiro. Com a facilidade de acesso a informações através do site do TSE, o eleitor consciente analisaria a plataforma política e o histórico do candidato e excluiria o ficha suja de seu arcabouço de possibilidades de voto, sem entrave algum. E não me venha com essa história de que vai votar em branco porque alguém falou que o ninho tucano é um antro de falcatruas. Votar em branco é deixar que decidam por você. Se temos que escolher entre o "menos pior", escolhamos, afinal, foram eles que saíram do papel e colocaram suas ideias em em uma plataforma de governo e se candidataram. O sistema é simples: há eleitores e candidatos. Não que todos devam se candidatar, mas todos, sim, TODOS, podem ser fiscais da aplicação da lei e das rendas públicas. Se há políticos corruptos é porque há demanda de corrupção e falta de fiscalização, e não há distinção alguma entre quem vende o voto por um saco de cimento e quem, vendo a corrupção acontecer, condescendesse, contribuindo para o aviltamento do sufrágio, que, aliás, deveria ser a principal ferramenta de defesa de direitos fundamentais em um Estado Democrático de Direito.

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  8. parabens meninos pelo blog esta muito legal,adoro ler as opiniões de vcs,principalmente sobre politica que em certa parte tb é a minha opinião,não moro mais em castilho,me preocupo muito com os meus familiares que ainda estão ai,embora penso que não existe politico bonzinho que pense no interesse do próximo,mas sim no próprio interesse,existem sim alguns que querem fazer alguma coisa mais são impedidos pelo o resto.Bem,posso estar errada mas não acredito em política!

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